Trichinella spiralis, nome científico do parasita vulgarmente designado por Triquina, é o agente responsável pela triquinose. São Nematelimintas (vermes de corpo cilíndrico) do grupo dos Nemátodes (corpo não segmentado).
Com a excepção dos trópicos, a infecção existe em todo o mundo sendo rara em países como a França onde os porcos são alimentados com legumes de raiz (que crescem debaixo da terra - beterraba, batata doce, cenoura, nabo, etc.)
Características de Trichinella spiralis
Os vermes adultos são muito pequenos apresentando o macho e a fêmea cerca de 3 mm e 3 a 4 mm, respectivamente. Vivem na mucosa intestinal do Homem ou de outros animais como o cão, o gato, o rato e o porco. Todo o seu ciclo de vida ocorre no interior do hospedeiro.
Transmissão de Trichinella spiralis
A infecção ocorre quando é ingerida carne contendo quistos com as respectivas larvas. Quando a cápsula do quisto é digerida no estômago ou no duodeno, as larvas são libertadas e atravessam a parede do intestino delgado. Durante dois dias as larvas amadurecem e acasalam. A partir desta fase, os vermes macho já não participam na infecção. Cada parasita fêmea pode gerar mais de 1000 larvas durante 4 a 6 semanas depois das quais morre e é digerida. As larvas são transportadas por todo o organismo através dos vasos linfáticos e da corrente sanguínea. As larvas que conseguem alcançar os músculos penetram-nos e causam inflamação. Ao fim de três meses enquistam-se. Os músculos da língua, os dos olhos e os localizados entre as costelas são os mais susceptíveis à infecção. O ciclo evolutivo conclui-se quando o tecido infectado de um animal é ingerido por outro.
Alimentos em que a presença de Trichinella spiralis é mais frequente
A carne de porco ou os seus derivados consumidos crus ou cozinhados de forma insuficiente são os principais alimentos associados a esta infecção. Em casos raros, a infecção foi contraída pelo consumo de carne de javali, de urso e de alguns mamíferos marinhos.
Principais sintomas de infecção por Trichinella spiralis
A manifestação de sintomas varia de acordo com número de larvas invasoras, com os tecidos invadidos e com o estado geral de saúde do hospedeiro. Um ou dois dias após ingestão de carne infectada surgem os sintomas intestinais podendo o doente apresentar febre ligeira. Os sintomas da invasão larvar surgem normalmente 2 a 8 semanas após a infecção. Os sintomas mais comuns são náuseas, diarreia, vómitos, cansaço, febre e dores abdominais seguidos, enfraquecimento e, em casos muito graves, complicações cardíacas ou neurológicas.
O tratamento inclui a administração oral de mebendazol e tiabendazol. Certos corticosteróides podem ser utilizados para reduzir a inflamação do coração e do cérebro. Geralmente, as pessoas afectadas recuperam completamente de triquinose.
Prevenção da contaminação
A triquinose evita-se cozinhando bem a carne de porco, os seus derivados e também outras carnes. Alternativamente, as larvas podem ser eliminadas ao congelar a carne a –15ºC durante 3 semanas ou a –20ºC durante um dia.
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