Metanálise publicada pela revista The American
Journal of Medicine concluiu que o consumo de peixe pode reduzir o risco de
câncer colorretal em 12%.
Os pesquisadores
reuniram estudos científicos relevantes que avaliaram a ingestão de consumo de
peixe e risco de câncer colorretal. Segundo os autores, para ser incluído na
metanálise, os seguintes critérios foram estabelecidos: (1) o estudo deveria
ser do tipo caso-controle ou de coorte; (2) estudos que tenham avaliado o
consumo de peixe fresco; (3) o número de casos de câncer colorretal e controles
deveriam estar bem esclarecidos; (4) análise estatística bem realizada.
Foram identificados 46
artigos potencialmente relevantes sobre o consumo de peixes e câncer
colorretal, dos quais 22 estudos de coorte e 19 estudos caso-controle
preencheram os critérios de inclusão. O consumo de peixes diminuiu o risco de
câncer colorretal em 12% (razão de chances [OR]: 0,88; intervalo de confiança
[IC] de 95%: 0,80-0,95). Os pesquisadores também analisaram o câncer de cólon e
reto separadamente. A associação inversa foi significativa entre a ingestão de
peixes e câncer retal (OR=0,79; IC 95%: 0,65-0,97), e houve uma tendência
modesta entre o consumo de peixes e câncer de cólon (OR: 0,96; IC 95%:
0,81-1,14).
Os estudos analisados
variaram em relação às quantidades estabelecidas do consumo de peixe. O estudo
de Kojima et al, 2004, avaliou 57 mulheres e comparou o consumo de 0-2
vezes/semana com 3-7/semana, em que encontraram menor chance de desenvolver
câncer retal com o maior consumo (OR: 0,9). O Estudo de Norat et al, 2005,
avaliou 1329 indivíduos de 10 países europeus, comparando o consumo de
<10g/dia versus ≥80g/dia, em que o maior consumo foi inversamente associado
com chance de desenvolver câncer colorretal (OR:0,69, IC 95%: 0,54-0,88). No
estudo de Spencer et al, 2010, que avaliou 579 indivíduos do Reino Unido, a
comparação foi entre o consumo de <1g/dia versus ≥30g/dia, em que foi também
associado com menor chance de câncer colorretal (OR: 0,86; IC 95% 0,64-1,16).
“Como todos as
metanálises, esta também apresenta algumas limitações em relação à qualidade e
heterogeneidade dos dados publicados. Primeiro, os métodos de preparo e as
unidades de consumo de peixe variou entre os estudos. Além disso, em alguns
estudos, o volume definitivo do consumo de peixe não foi claramente definido, e
nestes casos, apenas as categorias menor ou maior consumo foram relatados.
Apesar de configurar 'peixe fresco', como um dos critérios incluído nesta
metanálise, na tentativa de evitar esses fatores de confusão como 'óleo de
peixe', 'peixe salgado' ou 'peixe frito', não podemos determinar exatamente o
tipo de peixe ou a maneira em que o peixe foi preparado”, destacam os autores.
“Apesar desses fatores,
nossos resultados sugerem que o consumo de peixe está inversamente associado ao
câncer colorretal. No entanto, os resultados demonstrados devem ser mais
investigados e confirmados em grandes estudos clínicos randomizados”, concluem.
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