A dieta consumida
rotineiramente pelas populações do Mediterrâneo durante as décadas de 1960-70
era tida como uma das mais saudáveis, especialmente por reduzir a prevalência
de enfermidades cardiovasculares. Hoje, não só lá, mas em praticamente todo o
mundo, houve diversas modificações para escolhas menos saudáveis como os “fast-foods”,
alimentos com alto teor de lipídeos e largamente consumidos na atualidade.
O azeite de oliva é
rico em ácido oleico, um ácido monoinsaturado, que tem propriedades benéficas
na redução da oxidação do LDL-colesterol (popularmente conhecido como “mau
colesterol”), a forma que mais causa aterogênese (“entupimento” das artérias).
Esse é um dos fatores responsáveis pela formação de placas que causam obstrução
das artérias coronárias (que irrigam o coração com sangue) e que pode causar o
Infarto Agudo do Miocárdio.
Além de conter o ácido oleico,
o azeite extraído de olivas contém outros compostos destas sementes e,
dependendo do processo para a obtenção do óleo, outros fatores podem
interferir.
O azeite extra-virgem é
o único que não é extraído por solventes, e sim obtido por compressão da oliva
a frio, o que não altera a natureza da semente. Quando ocorre o uso de
solventes (usando-se, por exemplo, compostos alcalinizantes), o azeite passa a
ser chamado de refinado (azeites refinados) e boa parte dos compostos fenólicos
são perdidos. Esses compostos têm alguns efeitos importantes para o coração:
inibem a formação de radicais livres, inibe a oxidação do LDL-colesterol,
inibem a agregação plaquetária e são antitrombóticos (ou seja, impedem a
formação de “coágulos” que podem intensificar a obstrução das artérias do
coração).
O azeite virgem
apresenta acidez máxima de 2%, enquanto o extra-virgem não pode ultrapassar
0,8%. Já o azeite de oliva comum é obtido da mistura do azeite lampante (de
acidez livre) - inadequado ao consumo em seu estado original, reciclado por
meio de processos físico-químicos - e sua mistura com azeites virgem e
extra-virgem.
Dicas de consumo: uso
culinário do azeite por acidez
O azeite deve ser
consumido em 12 meses, por isso deve-se sempre observar a sua data de validade.
É comum encontrar azeites extra-virgens engarrafados, sendo aconselhável
utilizar aqueles de embalagens mais escuras, já que a incidência de luz pode
alterar a composição do produto. Ao estocar azeite engarrafado, leve em conta
que a luz, o calor e o ar são altamente prejudiciais ao produto, devendo ser
armazenado em locais frescos, com pouca ou nenhuma incidência de luz. Pode-se
evitar a ação da luz, por exemplo, ao se embrulhar o azeite com pano ou
guardanapo.
Fica, portanto, a
mensagem: quando for consumir azeite, dê sempre preferência ao extra-virgem.
Tenha sempre uma alimentação saudável e faça exercícios físicos regularmente,
faz bem para a sua saúde, faz bem para o coração.
Escrito por José
Maxwell M. Souza, Acadêmico do 4º ano da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, sob a supervisão da Dra. Maria Sanali de M.
Paiva, Cardiologista Intervencionista com Doutorado pela Faculdade de Medicina
da USP.
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